domingo, 25 de janeiro de 2015

Marvin, o que acontece
quando uma Pitanga te beija
enquanto anoitece?

A gente deixa a-noite-ser
a gente
E servimos de estopim
ao infinito quermesse
de querer ser Querubim (QueroBem)

A distância,
dita ânsia,
é ampliada pelo medo,
disse o Mestre da Trupe
Mas quando se vive
tão longe de si
o medo amplia
ou apenas ilude?

Ecos do tempo

É só a chuva lá fora...
Mas não, não durma agora
Por que os pingos caem daqui?
Por que falta um pingo
de mim
nessa tempestade existencial
sem fim?
Se é preciso estar no alto
pra se atirar,
baixem os narizes,
avisem que vou ficar
A vista daqui é tão normal...
Não lembrava
que ainda existia         
esse velho morro
tão banal 
Me sinto dentro
dum Cartão Postal...
"Fui eu... ou foi o destino?
Se eu tivesse feito diferente?
Mudava o meu caminho?
O sonho virava destino?
O fim... não é quando a estrada acaba"
Mas João, tu é de Santo Cristo!
e desse "Morro"
sequer vejo a minha casa...  
O Passado, com seus galhos,
a tapa
Talvez seja bom,
talvez faça bem
esquecer e relembrar
donde a gente vem...
Pronde a gente vai
Achar coisas
que vamos perder  
Perder coisas
que há muito
deixamos para trás...
Venha, Marvin,
vamos nos atirar
Talvez sejamos mais
quando a gente
lembrar
de recomeçar

Céu de Abril

(Céu, seu, abriu)

Oh, Camelo!
Também vou sair
por aí
Viver conforme
o disforme
que vier
Mas se não der
arranco as correntes
da rotina
E que'u me forme
nesse não-saber  
da vida
Só pra me ré-des-cobrir
e sair desse frio
Tirar o pé do freio,
fazer da minha sina um realejo   
Viajar numa laje
de concreto
onde toda hora
é hora do recreio
Me recrio!
Sou só(L)
sustenido
Mas não sustento!
cansei do ex-cesso
de contentamento
Por que ninguém vê
que as falsas bolhas
de ''e se"
só se estouram
de dentro?
Faz tempo que quero
descansar
Cansar o cansaço
Me desfazer
num monte
de diz-faço
(Não disfarce!)
Vou sair,
viajar,
velejar!
Verei o mundo
com outros ouvidos
ouvindo uma ou outra canção,
das quais muitas já me são,
da Banda do (A)Mar...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Sobre crise existencial:

Quando o acesso
ao não-ser
está aceso,
me cesso
e re-co(r)-meço
na falha tentativa
de sair ileso

A preocupação em excesso nos impede de agir:
Pré-ocupa a ação

Tinha 27 anos de vida
Mas nunca viveu de verdade

A vida aponta pra tua cara
com a Winchester 22:

- Qual foi, parceiro?
Vai me deixar pra depois?

Grave-idade

No espaço, as lágrimas sobem?
Voam ao invés de cair?
Não podemos sucumbir?
Dizem que nem se chora...
A grave-idade impede,
se der bobeira
Pode até te levar
à nebulosas,
Nebulosas que já foram
costumeiras....

Mesmo depois de tudo
que foi dito
e feito
Ela ainda não havia entendido
o que era uma oração
sem sujeito
Depois de tanto
pouco vento
ainda não aprendera
que eu preferia
as respostas do tempo...
Insistia:
Sem oração, que é o sujeito?
E eu dizia:
Ainda é cedo,
ainda é cedo...

Cada casa... um certo número de pessoas...
Pensando em tantas coisas...
Fazendo tantas coisas
Casas cheias, vazias
Luzes esquecidas acessas
Lembranças esquecidas sob a luz
Cada pontinho, cheio de pontos internos
Mal sabem que sâo estrelas, daqui
Cada pontinho, então
É uma constelação
Ei, se não estou com luzes acessas,
como podem me ver daí?

Nem a própria dor deseja durar pra sempre.

Com os sentidos
já dormentes
a dor mente
Mente o ardor,
a dor que deveras sente
Mas no ultimo suspiro
ela clama, não se engana,
nem se faz cigana
Se faz cigarra,
canta,
se agarra
E dessa, não mente:
Não, nem eu, a própria dor,
desejo durar pra sempre.

C(s)edeu

Não me julge
Não com-juge
Não sou verbo
Sou um não-ser
Que de tanto pare-ser,
parou.
E agora desanda
Diz, anda
Só não ama
Pariu
a própria ausência
Que lhe cozinhou um fubá,
desandado
Que só engatinhava
E dizem que sorrindo, ao ver
Ele entendeu
que como Rubel,
a vida só se dá,
pra que c(s)e-deu.

Tainá

Ela ainda não aprendera
a andar na calçada
Andava descalça,
fazia do vento
sua mala-sem-alça
Saltava entre os pré-conceitos
daquela estranha
e socia-idade
Dormia nas entranhas
do existencialismo,
era mulher nascida
do sol da tarde
Poente
Mas tinha medo
Tanto medo!
de não ter medo
do medo
que há-sombra
tanta gente...
Não sabia de armas,
só de narizes
Única arma
que conhecera
era o Arco-
-íris
E quando as fortes chuvas
vinham
ela cor-ria
pros pingos
de cera
Quando sumiam as luas
brincava de ex-Conde-
ex-Conde
com os mais antigos
Marajás
Menina sab-ida,
será?
Ser-há?
Sem haicai
Sem mal-dizeres
A moça fazia
até insônia dormir!
Só não dormia.
Não importa o quanto
se ex-vai
Se ex-vai-ia
Se ex-vazia
Dentro de si,
não,
ela não dor-mia.

Quando o segundo "Só"
chegar
Tu verá
que não há explica-ação
para não ficar
Sol

Roupa d'(c)alma

Vem,
com teu posso lento,
com teu passo
feito valsa
Deixa eu deitar no teu peito,
fazer dele meu cais,
meu caos,
meu leito
E traz tua roupa de cama,
tua roupa de calma...

Valsa sem alça

Fechou os olhos,
sentindo a dança
de nariz
Os toques de giz...
Tudo é branco,
não há giz de será,
só de estar
E estamos...
Os lábios sobem
no ritmo da dança
e boca alcança...
Nem o tempo,
soube do tempo
mas não se cansa...
Dois lábios,
dois rios
Dos dois lados,
dois risos
Os dedos finos dela
passeavam
afinando as curvas
que as bochechas dele faziam
ao sorrir
Ele dedilhava-lhe
a cintura,
dando quentura
ao arrepios
que estariam
por vir...
num toque
num tic
num tac
Suas próprias preces,
sem pressas,
pediam por eles
"Que'ssa noite
não a-cabe"

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Sei lá-só

Sei lá
Sei laço
Sei lar
Ser lar
é saber
ser laço
sem dar nó
mas nós

Sobre mocidade:

Moça, idade
é coisa de gente
que vive na mesmice
do não-ser
Moça, idade
é só medição...
daqueles que recusam
todos os dias
um novo
flor-e-ser

Chega de mais
nem menos
vamos nos
dividi-ir
Não importa
a "e-qual-ação?"
Tomemos!
Caminhos que nos
multipliquem...

"Falamo-nos"

Fall:
amo-nos

Eis que ser
era saber
não-
esquecer
das coisas
e causas
que me levam a você...

"Renova-ação" é o maior "arte-ofício" do fogo

por Adri A. (https://m.facebook.com/rextod)

Fogos de arte-ofício

As cenas voavam, corriam
em sua cabeça
No céu, cores riam,
iam e vinham...
Era dia de comemorar,
no velho Azul
Afinal, uma volta inteira
(Ou talvez meia?)
no Sol
não faz mais algum
A pólvora no ar
o lembrava das cinzas
que um dia foram claras
como neve
"Marvin, eu tentei tanto estar!"
mas se conteve...
Os fogos rugiam,
vorazes
As lembranças
não fugiam
Mas vinham,
sorrindo
queriam fazer as pazes
"Eu sei, eu sei, Marvin!
É tudo uma medição
de tempo
do tempo que a gente tem
O que importa não é quanto,
mas quem..."
Todos os outros planetas
olhavam para o Planeta Sonho
Todos os Sonhos
olhavam para os outros planetas
Era esperança que buscavam?
Ou a promessa de um falso "cometa"?
Ele não sabia dizer,
tão pouco sentir
Era uma dentre tantas
outras incertezas
que estariam por ir
"Marvin, como se chama
o medo de mudança?"
"Não se chama,
não aquece...
É uma fobia,
tão fria...
Um falso-quermesse
dentro de bolhas de medo
Cada um em sua,
só existem...
sem dar a incerteza
sequer um cortejo!"
Era bom estar em casa
"Re-cor-dar-me", pensou
e assim, sentado no velho carvalho
a noite passou
Desejou a ela um bom dia
e a Serena, ah, sorria...
Em outros cantos
daquele Planeta
Sonhos sonhavam...
ainda buscavam falsos-"cometas"
Outros sentiam
que tudo era
mera
medição
Alguns...
só sentiam,
re-cor-davam-se
Umas pinceladas
não fazem mão,
nem mal,
afinal...
"Marvin, feliz ano diferente"
"Que todos os que passaram
e que passarão,
(Até os passarinhos)
sorriam em nossos caminhos
cruzados
Em nossos dias atados...
com ataduras"
"Porque um 'Cometa'
pode passar rápido
Mas sabe...
até que dura
Se souber
pode dar voltas,
tantas voltas...
em tantas luas!"

Quando aquela estrela
se tornou cadente...
Meu único pedido
era que ela fosse
embora,
deixasse minhas coisas
lá fora
E seguisse com-"tente"...

Estou no ex-passo
Se não há grave-idade...
por que tudo parece pesar tanto
a cada posso?

A brisa, serena,
sorridente,
sussurrou
com voz de menina

- Filho do Sol Poente...
vim só pra
soprar
des-pedida...

Sobre pressa:

Uma causa de cada vez.

Parceria com Versophilia <3

Mais em: https://m.facebook.com/versophilia

Ingratu, Samu!

- Astronautas não choram, Marvin...
- Claro, assim como sofás não falam.

"Que os dentes caem...
E as pernas crescem demais..."
Mas Ben, o presente voa
quando o passado se
diz-faz
Só que as pernas, agora altas
fazem-se tontas
e re-pulam as horas

Vende-"si"
Vem de si, perecer

Tudo que ela consumia
sumia
Na tentativa
de pare-c(s)er
um pouco do
não-ser.

Vérteci

Ver-te-"se"
faz-me tantos enquantos
que me desfaço
en-cantos

A grama do vizinho é sempre mais "ver-te"

Aperta
o aperto
Espreme
esse meu sorriso
sem leito
Há-perto
o cheio
do meu peito
Olha, moça...
Vê se "si",
acon-chega
direito
E traz um len-sol
"Com esses há-braços
apertados
Vamos virar um só!
Um sol..."

O distante
diz tanto!
Essa incerteza
distinta...
Vem, Pequena
Vamos rabiscar
umas sinas
Se diz-tinta!
Enquanto me desfaço,
pin-seu
Arte de nos
ena-morar
nos tantos
acasos do desacaso
que nos te-céu.

Mora-dia

Nem venho
do lado de trás
da Terra
Mas menina,
traz
aquele pin-céu
feito de aquarela
Somos filhos
do sol poente
Dum sol
que vive só
que teima em passear
dedilho-lhe em cores quentes
que é pre'ssa saudade
não esfriar...
Eu juro,
meu amor é seu...
É ceu
Cheio de nuvens
E querubins
Moça, te quero tanto
bem...
Não há pintanga,
donde vim!
Mas de longe,
vi teu encanto
me sorrindo há-sim
Por que não só-rir
de volta?
Era cor-dá
que não prende,
solta!
Então quase num salto,
fez-me um assalto
Roubou-me noites em claro
Dias no escuro
Ex-cura
era tua ida...
Enquanto na saudade
eu me perduro...
Volta, morena!
Solta!
Pequena...
Nesse jogo de Vermelho,
na hora da Janta,
tua pele não me engana!
Tu não é cigana...
Lá fora, há Luzes
da cidade
Mas, moça...
No meu peito
Só Luzes da Saudade
Então vem,
não se demora
Mas se der,
mora?

Pó e cia
Poesia-me
Pô!
e
se-ame