quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Marvin, meu sofástronave

Marvin disse que tem um problema faz tempo
Que não pode realmente contar a ninguém...
Nem a mim!
Mas ele disse que sonha, que pensa...
Que se pega a pensar.
Mente para si mesmo
ou não se deixa lembrar
Ele diz ser algo complicado...
Diz-se estar cansado
e que está tudo misturado...
Sente-se arrependido
e também culpado
"Coitado!"
Mas claro que não.
Marvin odeia isso,
Marvin prefere uma canção...

O que faço com o Marvin?

Pequena Scarlet

Palmas se tocaram
Volvi-me, divagando
Deslizaram
Teus dedos, gerânios...
Aos poucos lapidavam
Feitos para suster
Me entre-laçaram...
Olhos cor de ameixa
Trêmulos, vivos
De tudo se queixa
Com teus cachos de trigo
Foram ter comigo
Então, notara;
Buscava o que me mostrara
Aquietou teus olhos
Estes sorriam
"Decifrar"
Eles diziam
Falavam num só tom
O vento já cantava...
Sorriu-me verão
Nos deixamos a mercê
Tu deras de ombros
"Quanto ele nos canta,
o que se pode fazer?"
Fui em busca de tua cintura
De tua quentura
Arranhou-me, levemente
Era tua mania
Era tua sina
Era eminente...
Arrepiei-me, uma geada
Tua cilada
Cilada que diverte
Que me inverte
E num piscar de olhares
Lá estava
Abortando "apesares"
Ele se deitava
Teu queixo em meu ombro
"Estamos"
Seu cheiro de outono...
E tudo se cessou
Nosso mundo se fechou
Noite entre dia
Mesmo nada vendo,
eu sentia
tu sorria...
Era uma flor-ida
Uma flor-rida
Alma florida...
Nossos pés deixaram o chão
Cintilando, nos sorriam
Estrelas nos convidavam de antemão
E como folhas ao vento
Dançamos, atados
Por momentos, tudo de lado
Sussurrei-lhe uma confissão
Cruzara os pulsos em meu pescoço
Há-braços
de prontidão
Eu agora a via
Lua de solsticio
Sol de primavera
"É ela..."
Sua boca se torceu
Sorriu-me de lado
Puxei-a para mim
Tocamos os lábios...
Dourados, teus cabelos brilhavam
Tingidos
Emaranhados
"Cachos de trigo"
com gotas de orvalho...

Timida-
-mente!
Imediata-
-mente...
Simples-
-mente...
Normal-
-mente!
Louca-
-mente...
Verbal-
-mente...
Continua-
mente.

Advérbios mentirosos!

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

domingo, 5 de janeiro de 2014

Azul-marinho

Azul-marinho
Pintado de giz de cera
Pintado de giz, "será?"
Voar entre teus traços...
"Deixa-me entrar?"
Assente com uma brisa
Beija-lhe o rosto, doce menina
Sussurra, volita
"Feche os olhos, apenas sinta"
Divaga ao silêncio
Encontra-se leve
Esquece de si
"Depressa, perca-se aqui"
Seu cabelo noite fuça
Sono lhe bagunça
"Vem-ti"
Bocejo serve-lhe de impulso
"Dê-colo"
Ouve seu próprio murmúrio
Vai bailando, as estrelas acenam
Se deixa ficar
"Elas me enxergam..."
Pensa ar-riscar
Traceja as rotas
Sorri-lhes medidas
Giros re-versos
Piruetas escritas
Ao bater de pálpebras
Avança
Luzes acessas
Risos alcança
Pessoas abaixo
"Há-braços"
Embalada pela noite
Uma canção a guia
Doce voz, meia-noite
Melô-dia...
Vento desliza por toda ela
A segura pela mão
"Dança, menina verão?"
Lábios não abertos se torcem em resposta
Sorriso que não se vê
Sorriso que se advinha
"Feito, serei tua menina"
Sob as estrelas sobram passos
Sobre as casinhas faltam falas
No ar, não há
Apenas peças pregadas
Tempo foi indo-se deixar
Com calmaria
Com calma ria
Menina verão, com tuas asas da giz de cera
Asas de giz, "será?"
Nariz de vento ela beija
"Outra noite vir-há..."

sábado, 4 de janeiro de 2014

- Pai, é bom ser adulto?
- É só uma grave-idade que nos impede de tirar os pés do chão...