domingo, 5 de janeiro de 2014

Azul-marinho

Azul-marinho
Pintado de giz de cera
Pintado de giz, "será?"
Voar entre teus traços...
"Deixa-me entrar?"
Assente com uma brisa
Beija-lhe o rosto, doce menina
Sussurra, volita
"Feche os olhos, apenas sinta"
Divaga ao silêncio
Encontra-se leve
Esquece de si
"Depressa, perca-se aqui"
Seu cabelo noite fuça
Sono lhe bagunça
"Vem-ti"
Bocejo serve-lhe de impulso
"Dê-colo"
Ouve seu próprio murmúrio
Vai bailando, as estrelas acenam
Se deixa ficar
"Elas me enxergam..."
Pensa ar-riscar
Traceja as rotas
Sorri-lhes medidas
Giros re-versos
Piruetas escritas
Ao bater de pálpebras
Avança
Luzes acessas
Risos alcança
Pessoas abaixo
"Há-braços"
Embalada pela noite
Uma canção a guia
Doce voz, meia-noite
Melô-dia...
Vento desliza por toda ela
A segura pela mão
"Dança, menina verão?"
Lábios não abertos se torcem em resposta
Sorriso que não se vê
Sorriso que se advinha
"Feito, serei tua menina"
Sob as estrelas sobram passos
Sobre as casinhas faltam falas
No ar, não há
Apenas peças pregadas
Tempo foi indo-se deixar
Com calmaria
Com calma ria
Menina verão, com tuas asas da giz de cera
Asas de giz, "será?"
Nariz de vento ela beija
"Outra noite vir-há..."

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