sábado, 29 de março de 2014

Para que ficar contando
se podemos, a cada dia, sentir o contato
Com tanto tato?
Contatando
as almas,
constatando
unitil as contas,
mas eficazes as palmas?


terça-feira, 25 de março de 2014

Matar a saudade
é maldade
Vamos nos abraçar,
deixar ela tomar um ar,
sentir um pouco a liberdade...

domingo, 9 de março de 2014

Cores matutinas

Os pássaros gorjeiam
Céu azul se espreguiça,
abraçando a todos
seu "há-braços" estica
As nuvens ainda não vieram,
dormiriam até tarde,
disseram
Mas o vento já dança,
corre descalço
Entra-me pela janela;
Um passo em falso,
Em prantos,
cai, então, aos frios
Esbarra-me na pele
chamando seus amigos;
calafrios
Sempre os achei divertidos
Pois não os calam, estes meninos
Por que, então, chamam-se cala-frios?
Eles perdem-se em risos
"Não impedimos o frio de falar",
dizem, escondidos
"Há-penas, oras, deixamos ao ar"
Dou-me por vencido
Mas não de velhice,
lhes digo
"não passei da validade!"
Seria, este, um grito da vaidade?
Para onde há de ir?
"Não vá, idade!"
Muitos gritam por aí
Ora, mas que coisa
És livre!
Deixem a moça
Deviam aproveitar, portanto
o tempo
Que, por tanto
se deixar passar, pegou gripe
ao vento
Vive atordoado
A quem pertencia?
Quando dizem "Estou sem tempo!",
és um ator-doado?
Acolhido pelo sentimento?
Mas, o que é acolher?
A cor ler?
A cor lê?
Quando perguntas me acolhem,
fico, então, a sua mercê?
Minhas manhãs são assim,
danço, seja qual for o ritmo,
nas margens de mim
Queria ser uma eterna criança!
Cheio de curiosidade,
pois estas são fascinantes!
Curiosa idade!
Tão pequenos,
não são?
Com sorrisos imensos!
Não importa onde vão
Apreciam, a tudo!
"Ah, que amanhecer"
Gritariam, rabiscando novos mundos
A-manhã-ser
é o ato
de ser profundo
E o sol já se põe a subir
Chamo-o Seu João
Vem sempre a sorrir,
vestindo seu gibão
Vez, tido por leão,
apenas aos que se deixam ver
Mas nossa,
olhem a hora!
A noite foi-se embora,
passei-a em claro,
em bora
fora por acaso
E que seja!
O dia já festeja,
todos a despertar
Vou-me indo
Vou-me rindo!
Hora de a-cor-dar

Pincéis de orvalho

Uma cigarra me acompanha desde que a-cor-dei...
Com seu canto distante,
és distinta,
mesmo ao longe
ela se diz tinta
e sorrisos
em meu rosto pinta

sábado, 8 de março de 2014

Dos nomes que não dei: palavras para re-cor-dar

Feche os olhos
Segure-se em meu sentir
Venha, despeja-se em mim;
Vamos voar por aí
Nos pintamos de incerteza
Teu sorriso, diz-me, em seu âmago;
O não-saber és tua beleza
Rabisquemos a chuva
Rápido!
Corra! Dance!
Estamos na lua!
Tracejamos rimas
Pulamos penhascos acima
Abraçou-me, os braços içaram
Zarpar!
As estrelas gritaram
E pelo espaço,
para todos os lados;
Velejamos, atados
Tuas tantas palavras são combustíveis
As inspiro,
despertam sorrisos ilegíveis
Traduzo-a, em cores quentes
Abaixo, nebulosas nos caçoam;
Rimos, eloquentes
Sinto seu abraço forte,
Surpreso, perco-me
Tu sorri,
"Para o norte,
fiquemos a sorte"
Teu cheiro conforta
Confronta
Trajando o solstício;
Minha'lma afronta
Enche-me de essência...
Beija-me o rosto, desperto, percebo
Estamos em decadência!
Clamamos ajuda, nos divertimos
"Um balão, um balão!"
Nos agarramos, ao risos
Permite-me esta dança?
pergunto
"Tu, que minha'lma alcança"
Fechamos um contrato
Abrimos um contato
E com tato
Contamos os afagos...
Palavras não-ditas nos são altas
Sorrisos escondidos, porém largos
De dentro para fora
Os planetas nos fitam
"Que vejam!", diz me
"Somos achados, pedidos"
Caio, em ti, num breve cochilo
Pouso-lhe no ombro, resmungo
Cochicho
Permite, por muito
Meu descanso taciturno
Então cutuca-me,
disperso
Num salto de dizeres, lhe digo
"Já sei!
Para os polos do universo!"
Assente
A sente,
"uma boa rota, mas gente!"
Corremos
Cor, remos
"Senhor Balão!", ouço-a pedir
"Por favor, naquela direção!"
Mas desta, és meu, o aperto
Seria isto, que sinto,
uma aquarela no peito?
Que o vento nos diga
Seguimos!
Sem sinas
Tão próximos, há tanto, pouco tempo
"Nos vemos em rimas passadas",
venho, a mim dizendo
Num esboço
de palavra
Envolve-me o pescoço;
abraça
"Lá está! Lá está!"
Sorri-me
"Sim, iremos chegar",
e a giro, em meus braços
Tenho, comigo, obra mais linda do acaso!
Vemos, assim, o pôr-dos-sóis
No ar,
não há,
sozinhos, a sós
"A poesia prevalece",
sussurra-me
"E se pré-valesse?"
pergunto-lhe
Como resposta,
um sorriso se mostra
Repousa, em meu colo;
Decolo
Pairamos, uma vez mais,
sem planos
A noite se esvai
Ficamos
Novos dias estão a raiar
"Olhe, pequena.
São tantos,
em qual quer a-cor-dar?"

segunda-feira, 3 de março de 2014

Num abraço, perdura o tocar de palmas
Ficam digitais de saudade n'alma
Buscam o culpado,
julgam, o dito,
por bem amado.

domingo, 2 de março de 2014

Afogado,
lembranças pedidas
Saudades são me
salva-vindas

Ser humilde
é ter o orgulho
úmido...

Idéias atadas: Há-braços

Há-braços de sobra
para pousarmos
nossos abraços!

Idéias atadas: Sorrisos de ligação

Escreve em mim, quando conversamos
E as letras são sorrisos!
Sim,
sorrisos da alma
Quando a gente escreve,
sorrimos de dentro pra fora

Maurício odeia se prevenir
Se
pré-

-ver
Gosta mesmo é do ato,
re-mede-ar

Pimpolha

Pudera eu,
te abraçar e girar
Mas sem soltar
O vento pode levar
Então gritarão,
por um momento:
"Atenção, atenção
Pimpolha ao vento!"

Um beijo não é um contrato
de palmas,
mas um contato
de almas

Acordar
Acordei
A cor, dar
A cor dei
Acordada
Acordará
A cor dada
A cor, dará
Acordaremos
Acordariámos
A cor daremos
A cor, dariámos
Acordarão?
Acordaram?
A cor darão?
A cor daram?

- O que fazes?

- Aquarelas são quadrilhas de cores,
com troca de pares...

Éz, a garota de Netuno

Pele gélida, despida de cor
Em seu âmago, por bem baixo
Regurgita teu calor
Eu o vejo, o sinto
Cativa-me a cada passo
Encontro-me, perdido;
desgrenhado
Teus olhos são me névoas
Cutucam-me o orgulho
Sem pestanejar,
aceito, mergulho
Adentro, águas calmas
tingidas de branco
Aquece-me,
sou-lhe estranho
Nada me faz, porém
Não faz-me cativo
Não me detêm
E isto me cativa!
Procuro ir mais ao fundo
Estarei eu, perdido,
numa'lma perdida?
Tua calmaria muda de tom
Ao mover-me, percebo
Se mudam
quando pensamentos se vão
Então, sinto-lhe a me guiar
Convida-me
Deixa-me estar
Fecho os olhos,
sou levado
Passando por uma larga curva:
Seu sorriso,
cumprimenta-me num afago
Continuo a lhe descobrir
Chegando a uma grande janela,
peço que deixem-me ali
Me debruço,
olho, vejo
És teu olho!
E olha-se num espelho...
Diferente dos que eu vira
O teu és céu inteiro,
menina!
Vejo, assim, você
Absorvendo anoite
Estando, a ela, toda mercê
Sendo uma com a neblina
Vejo, em teus lábios,
um sorriso que não se vê,
um sorriso que se advinha
Veste uma leve seda, cor de tua pele
A Lua lhe desafia, sinto o olhar
A resposta?
Que o vento me revele...
As cortinam lhe convidam a voar
Vamos, leve-me contigo!
Posso ficar?
Então pisca
Vejo-me fora
Foi uma isca?
"Ficara muito tempo em órbita"
Me respondeu,
em risos pendeu
Entreguei-me aos mesmos
Afaguei-lhe os cabelos
Então, fico?
Tenho acesso, ao menos taciturno?
"Sim, Astro
Bem-vindo a Netuno"

sábado, 1 de março de 2014

Acordar
Acordei
A cor, dar
A cor dei
Acordada
Acordará
A cor dada
A cor, dará
Acordaremos
Acordariámos
A cor daremos
A cor, dariámos
Acordarão?
Acordaram?
A cor darão?
A cor daram?

O que fazes?
Aquarelas são quadrilhas de cores, com troca de pares...