sábado, 29 de novembro de 2014

Então ela me olhou
com o nariz mais curioso que já vi

- O prazer é seu
E céu...

Usar Obrigado
para agradecer
nos faz a-grade-ser...
Livrai-nos no "Grato"
ingrato.
Somos livres para não-ser.

Sinto dizer...
Mas já não tenho encanto por você
Sinto por não ter...
Por não ter,
em canto algum,
um canto pra você...
Logo você,
que está por todo o canto

Não é peludim-dim-dim
Nem peludão-dão-dão
Mas mora no coração.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Eu disse apontador
Ela ouviu aponta dor

E indicou meu cor-ação.

Nos elogios
que a saudade vem te dar
coloco um R na frente
e deixo passar.

Poeminha
Põe minha
pequena
na janela
Ou me faz panela!
Poque sem ela
Sou um não-ser,
inutensílio...
Que não ferve água,
nem desagua

Com ajuda do corretor de uma Lua nata, duma Natalua.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Menina,
sou vítima!
no meu peito
tu és bala pedida...

Amor não se julga
se conjuga.

Ah, Renato...
Tenho os sentidos já dormentes...
Saturno, sempre dizia...
Eu bem sei, a dor mente
Adormeça
Até que a dor meça
Um metro e setenta
De pura sentença
Engula, critique
tuas crenças

Ela me olhou estranho,
franziu o cenho,
olhou-me a torto e a direito

- Que? Não sou careca,
o vento é meu cabelo.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Sobre Ácido carboxílico:

Poliamor verdadeiro e reciproco entre bebados e amantes do vento, que se inventam.
Oh, oh!
Carbono, se estratifica,
não vai, nem fica
Amava Carbolina
mas tambem Hidroxila
Carbono tinha culhão,
gostava de agitação
Tretavalente,
Tetravalente
Tenta, vai em frente.
Tenta, valente.

domingo, 23 de novembro de 2014

Em quantos
tantos
cabem meus prantos?
Em quantos
enquantos
meus prantos
se fazem tantos?

Vou vagando
devagar
enquanto divago
na busca duma vaga
nesse teu amar,
nesse meu amar-te
Vago,
divago,
"Não há vagas"
diziam as placas

Vou
A-Marte

sábado, 22 de novembro de 2014

Apertava-lhe o nariz,
ela dizia
"Não!"
Perdia a calma...
Não sentia
quando contava
Que o nariz
é o coração
da'lma
Reclamava até ficar rouca
Dizia "Eca!
Que coisa"
Me enganei...
Ela era tão oca.

Poeme-se
Poame-se
Pô!
ame-se.

Não me fale dos teus mundos,
do teu passado
Não sou todo ouvidos
Ou todo,
ou vivo
ao vivo.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Queria morar
na rede da Tiê
mas ela nunca deita
o corpo pra cá...
E o que me sobra, Liz?
A Máquina de Lavar?
Assim não dá!
Que fazer?
Me des-pedir?
Adeus também foi feito
pra se dizer...
É isso
Escolho renascer,
parto!
Parto normal,
como antes vim ao mundo:
Sem você.
Ah, Tiê...

As vezes tudo passa,
as vezes passa
tão de pressa...
E essa pressa
que não cessa?
Essa calma
que não chega,
por que não se apressa?
Há pressa
Apressa
Expressa
Ex-pressa
E a calmaria
vinha
E a calma ria,
convinha!

E eu aqui,
parado
Vendo-os
passados
Passo a passo
Posso a posso
Me levem!
Quero acasos,
correria,
quero ser
um caleidoscópio

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Eu era um asteroide
não tão ruim,
talvez até lugar bom
de se morar...
Então o vento a trouxe
era semente
Mas semente
De Boabá!
Eles não param de crescer,
vai se enraízar...
E eu, um pequeno asteroide...
Que faço?
Deixo-a entrar?

Traga um CD
de The Smiths                  
e deixe tocando
Traga-me também
uns prega-dores
e me ajeite no varal            
Me deixe secando     
Mas não quero a máquina,
não de novo      
Apenas molhe
Torça
e me deixe de molho.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A maré ruim
vem quando julgam
que amar é ruim

Naquela manhã de Quinta
as ruas estavam cheias de poças,
as poças cheias de nuvens,
As nuvens
cheias de possos

Por que usam "Obrigado"
como agradecimento?
Ditam um ato
obrigado,
pré-julgado,
de contentamento?

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Naquele andar frouxo,
no posso cheio de calma,
Sob a lua, nua
cheia de alma
Com aquela leveza...
que me pesava a memória.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Se apegar
ao ser
Se apagar
Se reescrever
Se refazer       
Se contorna!
Se transborda   
Se transforma...
Se disforme
Só não mude a essência

Alto lár!
Auto-crítica, 
hoje em dia,
é proibida.         
Anda em decadência.

Os atos gritam!
As palavras se aquietam
em meio ao atroz
Rogam por alimento
para essa carência
de um pouco mais de nós

Primeiro o trato,
depois o retrato
E o tempo vem,         
consome o trato:
Tenta-se fazer re-trato.
Mas o que se tem?
Só um abismo
aos poucos criado.
Um abismo entre o trato
e o retrato              
Tudo (ou nada?), agora,   
abstrato.         
                   
Por isso odeio contratos,
são contra atos.
Prefiro contatos.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

- Ah, Marvin, quando ficamos assim... tão cheios dum vazio... Que agonia!
- É um paradoxo. Ficamos cheios de ficarmos vazios, depois vazios por estarmos cheios.
- É necessária, essa monotonia?

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

sábado, 1 de novembro de 2014