Então vem,
me guarda no teu peito
enquanto me guardo
no nosso leito
Esses teus braços...
castos
Teus cachos
desordenados
não seguem ordem,
cor de disforme
Mas vai, diz
a forma dessa nossa pressa
cheia de calma
que não condiz...
A forma
da nossa prece
A curva, que tanto
parece lua
no teu sorriso
que a-noite tece...
E tu me aperta,
e te abraço
Como pode,
algo tão pequeno
e leve
estar por todo o lado?
Ao mesmo tempo...
estando tanto aqui
Moça, esse teu encanto
tento traduzir em canto
mas teus passos
e possos
não tem medida...
cifro-lhe, então
em notas
sustenidas...
Te faço banjo
violino,
pandeiro...
No teu samba,
no teu riso (no qual me ex-banjo)
mal sei meu para-deiro!
Dedos tão finos...
mas que
ao dedilharem-me,
me afinam
em todos os tons...
Pitanga,
onde começa
tua pele?
Onde termina
o céu (seu)
e o chão?
Já não minto
para mim!
Não são coisas distintas
tudo é seu...
Tudo é céu...
quando teu sorriso
se diz tinta
e invade meu mundo:
tudo rabisca!
E nessa bagunça
que faz em mim
é onde mais me encontro...
Onde tu é peça
pe(r)dida
Recita
aquela receita
de moça-menina...
Vem,
não demora
mas vem no teu posso
A pressa perdemos
em outra estória,
no horizonte
que é teu só-rir
No teu distante
que diz tanto,
no aperto,
que te traz pra perto,
no "parto" que te re-
nasce aqui...
Sei que aos outros
não condiz
Mas vou dormir!
E minha confissão
faço
quando mordisco-lhe
o nariz
(Nhac)
Mas não desabe!
Ah... que seja
meus olhos estão a beira
dum "desague"
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
domingo, 14 de dezembro de 2014
Pitanga
nasce
em todas
as estações
Eu bem sei!
E bem sinto
Mas em mim
nasce em todas as manhãs,
com todas as manhas
de domingo...
Me harmoniza,
me pinta,
rabisca
Pitanga é fruta
de pulso
Mas sabe também
como ser menina
Nas noites de outono,
garota
Nas noites de inverno,
me nina!
No verão, garoa...
Primavera,
verá...
Ela é toda
traduzida em sinas...
Moça, Pitanga, fruta
não sei bem
quando tu ama-dura....
Sinta bem, me perdoe
por me perdurar
Mas teu nariz,
feito lirios de giz
me fez cativo
Habitou-se
no hábito
de me cativar...
sábado, 13 de dezembro de 2014
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
Toc toc
Tic Tac
Vão embora!
Onomatopeias!
É tarde!
Já não tenho ouvidos
para o que teus olhos dizem
Nem tato
para as mentiras
que desato
Tanto insistem!
Que faço?
Já não tenho cabides
para essas estórias
Não cabem
nem os guarda-chuvas,
mal me lembro
de perder as memórias
A vida é isso?
A vida é circo?
Se estratificar?
Que é aquilo?
Se ex-trata,
para ficar?
Ah, é tarde!
As respostas
estão dormindo...
Mas as perguntas, ah!
Estou ficando velho...
Onde foram parar?
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Vendia tudo, sempre
Vendia-se vendado
Vendia memórias,
aos bocados
Vendia o que não tinha,
o que não era
Vendia a escuridão,
vendia a vela
Estava cego,
sequer podia vê-la,
perdoa-la
Então notou...
que não restava
Doou, então,
o ato de vender
ao passado
Se rendeu ao presente!
agora ele pré-sente
Evita vendas,
se venda,
e corre por todos os lados
Há-perto
Aperta o aperto
enquanto chego
mais perto
e me aconchego
nesse teu dengo...
nessa manha
que de manhã,
me tira noção de ex-passo
e tempo...
domingo, 7 de dezembro de 2014
Teus braços, castos
Teus cachos, laços
que me fermatam...
E revivem
Re-vi, vem
Deixa eu fazer do teu riso,
meu abrigo
Mas não briga,
se eu quiser não-sair,
morar ali,
contigo
Contido,
escondido...
Deixa-me ser,
deixa-me estar...
Já é noite, bem sinto
mas eu sei
que, como em todo amanha-ser
de novo, eu vou me apaixonar...
sábado, 6 de dezembro de 2014
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
De lata em lata: Dilata
Já não sei das minhas cores,
dos meus amores
Já não sinto aquela'legria,
já não pinto alegorias
Mas o que sou,
se não tinta?
O que somos
se já não mais "fomos"?
Não ter sina
é minha sina?
Quero um pin-céu
que me rabisque de novo
Quero um Eu
que me transborde
que me transporte
que me retorne
a apenas um esboço...
Quero tanto querer!
Mas se já não quero mais,
da demanda, que "si"
se faz?
Já não sei!
Mas disto, sei não-saber
Pois vou vagar, devagar
Já é part-ida
a hora
de a-cor-dar...
Tragam-me meu traje.
Que faço aqui, inerte?
Que ultraje!
Que a fé ruja, sim, meu amigo
de cara pintada
Que minha'lma flutue, sim
meu sofástronave
de cenas borradas.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Desculpas no ex-passo
Sobre nós:
sei do ato
que não desato
Tantas palavras não-tidas
Tantas palavras não ditas
Tantas palavras sentidas...
Bem sinto,
está triste...
Servi como estopim!
Posso poder
fazer-te um convite?
Me pinto palhaço,
se preciso for
Pierrot
ou Arlequim?
Se preciso for
Deixa ele ir
Deixa eu ficar,
subir a bordo
Prometo que um sorriso
te bordo
Confesso
bordado não é minha praia
Mas teu riso...
sempre vem como mar
Como não amar?
Ele não tarda
Sou teu palhaço errante
Teu bobo da cor-te
Tu é lua minguante
Vamos pregar peças
nos erros que virão
Vamos ser as peças
das poças que rirão
E nos pintar de possos
nos que dias que não-são
Sei (Sinto) que desculpa
não basta
Mas sinto também
Que teu sorriso
não tarda
E sem cinto
me perco nas curvas
desse teu rio
Que flui
que me leva
(Fui!)
Que me faz leve
Se desculpas não bastam...
Releve...
Seremos astros
não-identificados
feitos de giz
Seremos dois
em um
Um só nariz
Morena
Encena!
Em cena
quero pintar
as tintas
doutras cores
Quero brincar de giz de cera
De Giz-será
e rabiscar os teus temores...
Quero um beijo seu
Um beijo, céu
da tua boca...
Pitanga, frutinha solta
Rouba
Até o giz branco
que é meu nariz
Não dou parte
do ocorrido
Pois sou parte,
faz-me cor,
riso
E somos nó(s)
que não prendem
Somos laços
que aprendem...
Quero mora-dia
no teu peito
E noite
no teu leito
E em nós
que não atam nem desatam
que o tempo se demore
Se der, more!
Nesse nosso coração
solar
Pra ti, meu Cor-ação
é só lar...