quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Então vem,
me guarda no teu peito
enquanto me guardo
no nosso leito
Esses teus braços...
castos
Teus cachos
desordenados
não seguem ordem,
cor de disforme
Mas vai, diz
a forma dessa nossa pressa
cheia de calma
que não condiz...
A forma
da nossa prece
A curva, que tanto
parece lua
no teu sorriso
que a-noite tece...
E tu me aperta,
e te abraço
Como pode,
algo tão pequeno
e leve
estar por todo o lado?
Ao mesmo tempo...
estando tanto aqui
Moça, esse teu encanto
tento traduzir em canto
mas teus passos
e possos
não tem medida...
cifro-lhe, então
em notas
sustenidas...
Te faço banjo
violino,
pandeiro...
No teu samba,
no teu riso (no qual me ex-banjo)
mal sei meu para-deiro!
Dedos tão finos...
mas que
ao dedilharem-me,
me afinam
em todos os tons...
Pitanga,
onde começa
tua pele?
Onde termina
o céu (seu)
e o chão?
Já não minto
para mim!
Não são coisas distintas
tudo é seu...
Tudo é céu...
quando teu sorriso
se diz tinta
e invade meu mundo:
tudo rabisca!
E nessa bagunça
que faz em mim
é onde mais me encontro...
Onde tu é peça
pe(r)dida
Recita
aquela receita
de moça-menina...
Vem,
não demora
mas vem no teu posso
A pressa perdemos
em outra estória,
no horizonte
que é teu só-rir
No teu distante
que diz tanto,
no aperto,
que te traz pra perto,
no "parto" que te re-
nasce aqui...
Sei que aos outros
não condiz
Mas vou dormir!
E minha confissão
faço
quando mordisco-lhe
o nariz
(Nhac)
Mas não desabe!
Ah... que seja
meus olhos estão a beira
dum "desague"

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Ser astronauta
fica mais dificil
quando se larga o "Se"
e começa a voar
dentro de si.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Larguei a meia vida,
vivi por inteiro
e amei a vida

Ambos eram cachos
com pontas triplas
Bagunçados
pelo vento
que in-ventam
Tontos, tontos, tontos!
Tantos
desacasos
pintados
pelo "tento"

Coragem!
Cores agem!
E cor-ações também...

Metade do meu coração
é cor
a outra
ação!

Eu tenho os meus direitos!
E todos eles são canhotos...

"E dizendo que sorrindo ela entendeu..."
Ingrato, Lu <3

Arte de Tenuance (https://m.facebook.com/profile.php?id=765133970211668)

Por que o tempo
leva tanto tempo
pra te levar?

Fazia tudo
do teu jeito
meio sem jeito...
Quando se foi
Passou a fazer falta
Mas agora
nem a falta
você faz direito

Eu aqui chovendo
e você nem me (m)olha

Desde que conheci
uma certa Pitanga
todos os pingos
são laranjas
Mas um laranja
que não se esbanja
Uma cor quente
que aquece a gente
uma cor fina,
mas que não finda
Uma cor que me pinta
que me rabisca
E quando pinga
no chão
Tudo é céu
Tudo é seu...

domingo, 14 de dezembro de 2014

Pitanga
nasce
em todas
as estações
Eu bem sei!
E bem sinto
Mas em mim
nasce em todas as manhãs,
com todas as manhas
de domingo...
Me harmoniza,
me pinta,
rabisca
Pitanga é fruta
de pulso
Mas sabe também
como ser menina
Nas noites de outono,
garota
Nas noites de inverno,
me nina!
No verão, garoa...
Primavera,
verá...
Ela é toda
traduzida em sinas...
Moça, Pitanga, fruta
não sei bem
quando tu ama-dura....
Sinta bem, me perdoe
por me perdurar
Mas teu nariz,
feito lirios de giz
me fez cativo
Habitou-se
no hábito
de me cativar...

sábado, 13 de dezembro de 2014

Eu amo
Tu amas!
Ela se foi...

Professora, como se conjuga o re(a)mar?

Reamei
Reamamos
Re(a)mamos...
E outra vez,
sem conjugar o despedir,
deixei-a ir...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Sol-dade

Saudade
é soldado
do sol,              
dado
a nós
para aquecer,
desatar,
as lembranças
que esfriaram
a sós
Só,
há sóis.

Era uma saudade
que aquecia
Um laço
Um elo
quente

Ah, esse amor eloquente!

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Toc toc
Tic Tac
Vão embora!
Onomatopeias!
É tarde!
Já não tenho ouvidos
para o que teus olhos dizem
Nem tato
para as mentiras
que desato
Tanto insistem!
Que faço?
Já não tenho cabides
para essas estórias
Não cabem
nem os guarda-chuvas,
mal me lembro
de perder as memórias
A vida é isso?
A vida é circo?
Se estratificar?
Que é aquilo?
Se ex-trata,
para ficar?
Ah, é tarde!
As respostas
estão dormindo...
Mas as perguntas, ah!
Estou ficando velho...
Onde foram parar?

Decida-se
Descida:
             Há
                  si.

Não deixarei pegadas
pregadas
Nem estradas
estadas
Levo comigo o que importa,
o que ficou
Levem consigo,
o que fica
O que nem o vento,
levado,
levou

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Vendia tudo, sempre
Vendia-se vendado
Vendia memórias,
aos bocados
Vendia o que não tinha,
o que não era
Vendia a escuridão,
vendia a vela
Estava cego,
sequer podia vê-la,
perdoa-la
Então notou...
que não restava
Doou, então,
o ato de vender
ao passado
Se rendeu ao presente!
agora ele pré-sente
Evita vendas,
se venda,
e corre por todos os lados

Há-perto

Aperta o aperto
enquanto chego
mais perto
e me aconchego
nesse teu dengo...
nessa manha
que de manhã,
me tira noção de ex-passo
e tempo...

domingo, 7 de dezembro de 2014

Teus braços, castos
Teus cachos, laços
que me fermatam...
E revivem
Re-vi, vem
Deixa eu fazer do teu riso,
meu abrigo
Mas não briga,
se eu quiser não-sair,
morar ali,
contigo
Contido,
escondido...
Deixa-me ser,
deixa-me estar...
Já é noite, bem sinto
mas eu sei
que, como em todo amanha-ser
de novo, eu vou me apaixonar...

sábado, 6 de dezembro de 2014

Ela é flor-rida
flor-ida
Tem alma florida...          
Aqueles olhos de menina!
Toda cristalina...
Rimos tanto
Rimos tantas rimas!

Apego ao desapego,
ah se eu te pego!

Gripe de espaço,
traz espirros de ex-posso,
tosse de ex-passos
Congestiona narizes
feitos de giz
deixam-nos não-ser
num piscar de toques,
por um triz..
Ex-correm de frente
para trás
Mas os olhos, secos
já não chovem,
teu céu, teu seu,
aqui jaz?

Toda partida
é des-pedida...
Faça-se perdida
na ida
Dê meia volta,
e volta inteira
pra caber de novo
nesse céu, seu,
nesses grãos de areia

Hora do recreio!
Re-crio-me;
de meio em meio
re-creio
que me ré-rabisco
por inteiro...

- Pai, é bom ser adulto?
- É só uma grave-idade que nos impede de tirar os pés do chão...

Arte de Vi-Venes (http://www.venes.com.br/)

Sobre saudade:

re-
cor
-dar
ações

Eu era uma nação
vivia de democracia
Então ela veio,
virando as ex-quinas
num andar que se flutua
Com sorriso cristalino
todo meu país
Virou Dita-pura.

"Desculpa!!!!
O acaso pintou a cena
e me disse "encena"

Descobri que amo Pitangas.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

De lata em lata: Dilata

Já não sei das minhas cores,
dos meus amores
Já não sinto aquela'legria,
já não pinto alegorias
Mas o que sou,
se não tinta?
O que somos
se já não mais "fomos"?
Não ter sina
é minha sina?
Quero um pin-céu
que me rabisque de novo
Quero um Eu
que me transborde
que me transporte
que me retorne
a apenas um esboço...
Quero tanto querer!
Mas se já não quero mais,
da demanda, que "si"
se faz?
Já não sei!
Mas disto, sei não-saber
Pois vou vagar, devagar
Já é part-ida
a hora
de a-cor-dar...
Tragam-me meu traje.
Que faço aqui, inerte?
Que ultraje!
Que a fé ruja, sim, meu amigo
de cara pintada
Que minha'lma flutue, sim
meu sofástronave
de cenas borradas.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Desculpas no ex-passo

Sobre nós:
sei do ato
que não desato
Tantas palavras não-tidas
Tantas palavras não ditas
Tantas palavras sentidas...  
Bem sinto,
está triste...
Servi como estopim!
Posso poder
fazer-te um convite?
Me pinto palhaço,
se preciso for
Pierrot
ou Arlequim?    
Se preciso for
Deixa ele ir    
Deixa eu ficar,
subir a bordo
Prometo que um sorriso
te bordo
Confesso
bordado não é minha praia
Mas teu riso...
sempre vem como mar
Como não amar?
Ele não tarda
Sou teu palhaço errante
Teu bobo da cor-te
Tu é lua minguante
Vamos pregar peças
nos erros que virão
Vamos ser as peças
das poças que rirão
E nos pintar de possos
nos que dias que não-são
Sei (Sinto) que desculpa
não basta
Mas sinto também
Que teu sorriso
não tarda
E sem cinto
me perco nas curvas
desse teu rio
Que flui
que me leva
(Fui!)
Que me faz leve
Se desculpas não bastam...
Releve...
Seremos astros
não-identificados
feitos de giz
Seremos dois
em um
Um só nariz

Morena
Encena!          
Em cena
quero pintar          
as tintas
doutras cores   
Quero brincar de giz de cera
De Giz-será   
e rabiscar os teus temores...
Quero um beijo seu
Um beijo, céu        
da tua boca...               
Pitanga, frutinha solta
Rouba
Até o giz branco
que é meu nariz  
Não dou parte
do ocorrido                
Pois sou parte,
faz-me cor,
riso
E somos nó(s)
que não prendem
Somos laços
que aprendem...
Quero mora-dia
no teu peito
E noite
no teu leito
E em nós
que não atam nem desatam
que o tempo se demore
Se der, more!
Nesse nosso coração
solar
Pra ti, meu Cor-ação
é só lar...