segunda-feira, 26 de maio de 2014

Bem-te-vim

Ser-me, ar
Semear!
o desatino
Se me ar,
te planto
em mim,
e inspiro
(-ti!)
Bem-te-vi!
Bem-te-vi!
Em mim,
bem, te vi!
Ali, assim,
bem-te-vim...

domingo, 25 de maio de 2014

Desatinos

As cores, em ti,
são ciganas
Ora frias, ora quentes
tingindo teu sorriso,
tua aquarela engana
E me perco
nessa tua melhor curva!
Me ato, no ato
de sentir-te,
menina serena!
Menina da chuva
de olhar cândido
Teu riso, cântico
e contigo
me levo para todos os cantos!
Assinamos contatos
Contatamos as sinas
No labirinto
dos teus braços,
vamos tomar um pingado
ali! naquela esquina
Os cachos teus
já não seus
Em meus dedos,
são cachoeira
Em meus medos,
são a leveza
que o vento traz...
E nossos lábios clamam!
o que nos detinha, já não mais
Em tua boca, minha'lma se desfaz
Tu, menina
tens beijo do orvalho
seria esse, o meu pingado?
Quando estou contigo,
tenho cor de riso
Quando está comigo
tem o riso
tantas cores...
e dentre todos
os meus amores
tu, Sereníssima
é o mais leve,
pequenina,
duma'lma grande
que o vento nos revele
pois já não sei o que dizer
Sinto tanto,
tanto sinto,
Que já não mais
sei descrever
Mulher,
também menina
Sol,
também chuva!
teu sorriso que não finda
quando me chove
teus cachos,
eu me encaixo
e nosso ato perpetua
Tu és tanto
Tanto sinto
Menina,
o que mais é?
É tanto!
É desatino!
Desatina, deságua
Me afaga
Me encharca
com teu beijo de orvalho
Corro, caio
Perco-me
Me acho
em ti!
Que fez comigo?
Sinto-te, em cada pingo
Em cada nuvem
que o vento pintou, por aí
E não temos pressa,
é sabido
Nossa aquarela ex-pressa
o que sentimos
E por isso
não apertamos o passo,
apertamos o posso!
E o mundo
é todo nosso!
Com sua cor
de não-saber
Ah, Sereníssima
Venha cá,
doce menina
Três palavras quero lhe dizer...

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Demasiado outono

Quem vem lá?
Lá vem ela
Uma aquarela
traduzida em cachos
A primavera
sorrindo-me afagos
Pudera eu!
Me afogar
em teus braços
Tuas pegadas na areia
são os labirintos
que sigo,
que minha'lma anseia
Sigo-os,
para me perder,
me achando, no não-saber,
em você
Faço-me mar, travesso
Atravesso a costa
para molhar-te o pé
inteiro
e na metade
dum piscar
deixo de ser mar
Tornei-me o vento
para te abraçar...
Parece me sentir,
pois abre os braços
e forte
quase me faço
para levar-te dali
Não faço esforço,
tens riso fácil
Consigo, com pouco
rabiscar-te o esboço
dum sorriso ágil
E ao ver-te assim,
sorrindo para mim,
vento já não mais,
o que sou, enfim?
Talvez o vento, já-não-eu,
traga resposta
Re-pinte o que aconteceu...
Mas tu, o que é?
Duas estações,
menina das canções?
Aquarela,
primavera,
vestida de outono,
vez, tida por outono?
És o que o vento traz,
o que ele leva
e re-leva
O horizonte me revela
Demasiado cedo,
irei revê-la
No mesmo chão,
não...
mas sob mesmas estrelas
Toda tarde,
ela chega
todo cedo,
ela vai
Cedo ou tarde
tua vinda
é sempre mais
E nada finda,
nem os sorrisos
deixados para trás
Sereníssima,
eu a chamo,
nome, desconheço
Em seu âmago
tem cor de recomeço...

domingo, 18 de maio de 2014

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Sereníssima

Serena, menina de tinta
feita de chuva
Teu riso
eu mim respinga!
Tua boca me enxuga...
Mas feita de orvalho,
falha,
e como folha
Encontro-me pintado!
Da cor do acaso
Que, nesse caso
és nossa casa
Então, procuro-te os braços
Me perco, me acho
Me embaralho!
nos teus cachos...
Nos teus olhos
eu mergulho
No teu sorriso
eu perduro
E barganhando por afagos
assinamos um contato
Com tanto tato
Que não finda!
Musa da minha sina
Onde teu abraço termina?
Acolho-te enquanto me acolhe,
e colhemos a chuva:
que nos molhe!
Pintados de nuvens,
que caem em pingos
Dançamos, atados
Ao som dos grilos!
Laça-me o pescoço,
rabisco-lhe um esboço
dum sorriso
E tu contorna!
libertando o beijo contido
E tido
por pensamentos
Dura um bom bocado:
de momentos
A chuva nos dança,
nos pinta
Dançamos a chuva,
a tinta não finda
Assinando o contato
Os lábios dançam
os gestos do tato,
gesticulados,
encantam...
E não existe mais nada
Adeus correria!
Ela
só cor,
e ria!
Vamos, o vento nos chama
Nos inventa
Me pinte, menina de chuva
Menina Serena.

Tento tanto
não tentar...
Entretanto,
entro tanto
nos teus tantos,
que meus enquantos,
mesmo tontos,
são todos teus.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Parece uma pequena chama,
que queimaria o que acho,
fazendo-me riacho,
levando o desagrado
pronde ninguém pode achar...
A calma traduzida em nuvem!
Quero tirá-la pra dançar.


sábado, 3 de maio de 2014

Folia

Teu sorriso me toma,
traz o meu a tona,
por completo
E repleto
de afagos
faço-me teu caís
Ouvir tua voz faz meu dia ganho,
e barganho,
sempre por um pouco mais
Requento nossas falas
jogo-as ao ar,
ficam espalhadas
Livres a voar
Os braços se abrem,
Os lábios contraem
E o sorriso não finda,
Ah, doce menina
Rabisque comigo!
Façamos da saudade nossa tinta

Anã Branca

Entre toda a bagunça,
vestigios de ti;
Afagos, ternura
Riscados no ar,
espalhados por aí
Teu riso cândido
desperta o escondido
Desperta-me sorrisos,
como numa alegoria;
e tenho o dito!
O meu frio, tua voz aquece
em banho maria
Se não em teus braços,
onde estaria minha moradia?
Afronta,
apronta
Enraivece
Mas és minha tonta,
serena,
em nosso próprio quermesse
Entre embates
e debates,
Batamos as palmas;
o amor declara empate
E nos condena,
nos condensa
Joga baixo,
trapaceia!
A bagunça que me causa,
minha'lma sempre anseia
Vive a discordar
E se diz-cor-dar,
como não receber?
Deixo-me pintar
Até quando suceder...
E nunca piscar de risos,
a distância é do tamanho dum grão
Espere-me, querida
quer-ida, não!
Teu brilho vejo até de olhos fechados,
se sorriso nos liga,
estamos atados...
por uma corda, sim!
E quem dirá o contrário?
Confesso, cativa-me a cada dia
Seguindo tua luz branca,
tinjo tudo com nossa sina...