Dita cuja, de olhos cor-de-gris
Rabiscamos um esboço
Teu nariz feito de giz
Traçamos linhas retorcidas
E por cores escondidas
Encontramos teu sorriso
Esbanjando sabor
Desenhamos tua voz
Sem cor
Sem atroz
Traduzi teu olhar
E idioma mais bonito jamais se ouviu falar
Pincelamos tuas penas, apenas
Pontilhamos nossa sina
Rimos nossas rimas
Colorindo as cenas
Duas, três, dezenas! Centenas!
Faz-de-conta mas não conta
Que de afagos e gracejos é feita nossa dança
Surpreenda-se mas não prenda-se
A liberdades mal-ditas
A invenções revestidas
As nossas noites mal-dormidas...
Reescrevemos as regras
Medimos as tréguas
Ditamos as léguas
Por ruas desertas
Encontrei-a na esquina do acaso
Com a rua 16
E dali canção se fez...
Para brandar nossa alegria
Rabiscamos estrelas
Para pousar nosso pesar
Sentamos sobre as mesas
Ciframos os risos
Pintamos os rios
Ficamos perdidos
Numa rua qualquer
Dormimos sentados
Deitados de lado
E num minuto passado
Se fez mulher
Nas manhãs de verão era lua
Nas de inverno, sol
Por tantas outras, meu amado rouxinol
Nenhum comentário:
Postar um comentário